segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PARTE 2 - ANÁLISE: em qual fase ele(a) está?

Na segunda postagem dessa série, trouxemos uma análise da escrita de uma menina, de nome fictício Maria. Ela tem dois anos e três meses. Vamos conferir em qual fase ela está?


Teorizando o processo de análise...


            Atividade desenvolvida pela docente da disciplina de Metodologia da Alfabetização do curso de Licenciatura em Pedagogia (VI semestre), com o intuito de analisar a fase da lecto-escrita de alguma criança na faixa etária de dois a seis anos, observando a desenvoltura da mesma. Sobre determinado assunto as autoras Ferreiro e Teberoski, vem nos dizer o seguinte:

(...) Pretendemos demonstrar que a aprendizagem da leitura, entendida como questionamento a respeito da natureza, função e valor deste objeto cultural que é a escrita, inicia-se muito antes do que a escola imagina, transcorrendo por insuspeitados caminhos... .Com isso nos leva a pensar na historia de vida que cada individuo possui antes mesmo de frequentar a escola, e que nenhum aluno é considerado uma tabula rasa.

            A teoria psicogênese diz que a criança passa por níveis estruturais da língua escrita até que se aproprie da complexidade do sistema alfabético. Essas fases são classificadas em: pré-silábico; silábico, que se divide em silábico-alfabético e alfabético. Esse é o primeiro momento da criança de descoberta e contato com a escrita, onde ela não estabelece relações entre a escrita e a pronúncia, expressando sua escrita através de desenhos, rabiscos e letras usadas aleatoriamente, sem repetição.
            Outra característica desta fase é o "realismo nominal", expressão utilizada por Piaget para designar a impossibilidade de conceber a palavra e o objeto a que se referem como duas realidades distintas. Assim, a criança pensa que a palavra “trem” é maior que “telefone”, porque representa um objeto maior e mais pesado. A superação do realismo nominal, pela percepção de que a palavra escrita, diferentemente do desenho, não representa o objeto, mas, seu nome, é indispensável para o sucesso na alfabetização. Com a mudança para a próxima fase o que pode acontecer é uma serie de conflitos na cabeça da criança, onde no primeiro momento ela poderia representar as palavras com desenhos, rabiscos etc. Com a passagem do pré-silabico para o silábico a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades sonoras das letras, usando, ao escrever, uma letra para cada emissão sonora. Causando assim alguns conflitos que levará ao próximo nível: a percepção de que há estabilidade nas palavras (há uma forma única para escrever corretamente cada palavra).

Análise de Maria (nome fictício):


Figura 2


           A criança a qual foi feita a analise, tem dois anos e três meses, chamada aqui por nome fictício Maria, e encontra-se na fase pré-silábica, (como mostra a figura 2) e para que aconteça a mudança de fase é preciso que seja desenvolvidas atividades de vinculação do discurso oral com o texto escrito, da palavra escrita com a palavra falada. E no momento da analise foi percebido que com decorrer da atividade, a criança ia escrevendo em rabisco tudo que era pedido para ser feito, e alguns rabiscos eram semelhantes, pois com é dito por Teberosky e Ferreiro que a criança, nessa fase: não estabelece vínculo entre fala e escrita; demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes; supõe que a escrita é outra forma de desenhar ou de representar coisas e usa desenhos, garatujas e rabiscos para escrever; supõe que a escrita representa o nome dos objetos; coisas grandes devem ter nomes grandes, coisas pequenas devem ter nomes pequenos.

Análise feita por: Vanusa Souza

REFERÊNCIA:

MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa. Alfabetização: método sociolinguístico: consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2007.

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